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Advânio Lessa no Estande da Marco Zero
A 21ª edição da SP–Arte terminou neste domingo (6), reafirmando seu protagonismo como o maior evento do circuito artístico na América Latina e uma plataforma vital de encontro entre artistas, galerias, colecionadores e instituições. Realizada no icônico Pavilhão da Bienal, em São Paulo, a feira reuniu 200 expositores — entre eles, nove novas galerias brasileiras e 16 estúdios de design — e promoveu diálogos potentes entre arte, mercado e cultura.
Apesar de um cenário marcado por incertezas econômicas — tanto em nível nacional quanto internacional —, a SP–Arte 2025 manteve o fôlego. A recente reconfiguração de políticas comerciais dos Estados Unidos, somada à ausência de incentivos fiscais para importações de arte e à possibilidade de reclassificação tributária das obras, gerou um clima de cautela, especialmente no mercado secundário. Ainda assim, a feira revelou a resiliência de um setor que, mesmo com tensões no radar, segue em movimento.

Apocalipse de Tereza ou A Serpente- Estande Galeria Marco Zero
Logo nos primeiros dias, o impacto do tarifaço anunciado por Donald Trump provocou reações visíveis: colecionadores brasileiros e internacionais adotaram uma postura mais conservadora, ponderando riscos antes de fechar negócios. No entanto, entre conversas mais estratégicas e negociações calibradas, a arte seguiu pulsando — e, em muitos casos, com força.

Di Cavalcanti- Estande da Galatea
Nos corredores da SP-Arte, não faltaram momentos de euforia. A Galatea atraiu os holofotes com a venda de um mural raro de Di Cavalcanti, originalmente instalado na Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, por até R$ 8 milhões. A galeria também comercializou um conjunto de obras de Rubem Valentim por R$ 2 milhões — artista que vem sendo redescoberto internacionalmente e consolidando sua presença em instituições de prestígio, como o MASP e a Bienal de Veneza.

Nicolas Antoine Taunay- Estande Danielian Galeria
Outros marcos comerciais incluíram a venda de uma obra histórica do francês Nicolas Antoine Taunay, pela Danielian Galeria, por R$ 3,8 milhões — uma pintura que retrata o Rio de Janeiro no início do século XIX e que, após ser redescoberta em Paris, retorna ao Brasil como parte do fortalecimento do repertório da arte histórica nacional.

Beatriz Milhazes,Sinfonia Nordestina, 2008 – Estande Almeida & Dale
Apesar dos casos de sucesso, o clima entre os expositores não foi uniforme. Algumas galerias relataram vendas tímidas ou prejuízos, evidenciando as oscilações do mercado e os desafios globais. Para muitos, a edição de 2025 foi vivida como uma aposta decisiva — um momento de “tudo ou nada”.

Rubem Valetim-Estande da Galatea

Fabrica, Djanira da Motta – Estande Galeria Frente
A Artk acompanhou de perto os movimentos dessa edição e reforça a importância de espaços como a SP–Arte para fortalecer redes, provocar novos olhares e valorizar a produção artística nacional. Em tempos em que a escuta atenta e a construção estratégica de relações se tornam ainda mais cruciais, a feira se mantém como um termômetro do setor e um convite à reinvenção

Estande Mapa