Art Basel Paris 2024 | Courtesy of Art Basel

A parcela de novos entusiastas do colecionismo e das obras de arte, pode recuar momentaneamente. Com a alta da inflação e o aumento do custo de vida, é possível que direcionem seu foco para gastos mais essenciais, o que pode afetar a demanda por obras de arte, especialmente no segmento mais acessível.
Por outro lado, o cenário atual pode apresentar oportunidades interessantes para investidores no mercado de arte, especialmente no que se refere à aquisição de obras abaixo do preço de mercado ou o mercado de crédito com garantia em obras de arte. Contudo, é importante lembrar que não é qualquer obra que atende as condições de ativos financeiros. Com raras exceções, possivelmente, apenas as melhores obras de artistas consagrados terão esse potencial.
Esse ambiente econômico trará uma seleção natural, em que apenas as obras mais valiosas e os artistas mais renomados conseguirão se manter como ativos financeiros robustos. A arte contemporânea, que já se destacou em períodos de alta pujança econômica e liquidez, tende a continuar sendo um bom investimento, mas especialmente os blue chip (artistas de renome internacional) são mais indicados em tempos de inflação. Entretanto, a recomendação não é vender essas obras durante a “corrida de preços”, mas sim mantê-las como reserva de valor, aguardando a estabilidade econômica para uma valorização mais consistente.
Se você tem R$100 mil para investir hoje, é possível que, no final do ano, esse montante tenha se transformado em R$80 mil no poder de compra. Neste caso investir em uma obra blue chip, pensando em médio a longo prazo, o cenário é mais promissor. Daqui a 5 ou 6 anos, após a volatilidade atual e a desaceleração da corrida de preços, a obra de arte poderá valorizar cerca de 20% ao ano, proporcionando ganhos significativos ao investidor.