David & Victoria Beckham

O casal Beckham demonstra uma paixão pela arte contemporânea mais provocativa e comercialmente bem-sucedida. Sua coleção inclui obras de Damien Hirst (conhecido por suas esculturas com animais preservados em formaldeído), Jeff Koons (famoso por suas esculturas infladas em metal), Andy Warhol (ícone da pop art), Yayoi Kusama (artista japonesa das famosas “pumpkins” e instalações de bolinhas), Tracey Emin (artista britânica conhecida por trabalhos autobiográficos intensos) e Banksy (street artist anônimo cujas obras têm valor astronômico).

Esta seleção revela um gosto por artistas que dominam tanto o mercado quanto as manchetes, sugerindo uma abordagem estratégica que combina apreciação estética com investimento inteligente.

Barbra Streisand

A lendária cantora e atriz possui uma das coleções mais refinadas de Hollywood, focando em mestres clássicos e art nouveau. Sua coleção inclui Vincent van Gogh (pós-impressionista holandês), John Singer Sargent (retratista americano), Tamara de Lempicka (pintora art déco polonesa), Emile-Jacques Ruhlmann (designer de móveis francês) e Emile Gallé (artista do vidro francês).

O gosto de Streisand reflete uma apreciação profunda pela história da arte e pelo artesanato refinado, valorizando peças que transcenderam gerações e mantêm valor tanto estético quanto financeiro.

Foto: Casa Vogue. (2020). Barbra Streisand compra quadro de Van Gogh por R$ 22,7 milhões.

Steve Martin

Surpreendentemente, o comediante Steve Martin é um dos colecionadores mais respeitados de Hollywood. Sua coleção inclui Gray Foy, Lawren Harris (do famoso Group of Seven canadense), James Gale Tyler, Eric Fischl, Cindy Sherman (fotógrafa conceitual), Edward Hopper (realista americano) e Willem de Kooning (expressionista abstrato).

Martin demonstra um conhecimento profundo de arte, misturando artistas estabelecidos com talentos emergentes, revelando um olhar curador experiente que vai muito além do entretenimento.

Lenny Kravitz

O músico Lenny Kravitz gravita em direção à arte urbana e contemporânea que ecoa sua energia musical. Sua coleção apresenta Jean-Michel Basquiat (neo-expressionista americano), Keith Haring (artista da pop art e graffiti), Banksy, Damien Hirst e Andy Warhol.

Esta seleção reflete perfeitamente sua personalidade artística: rebelde, urbana e culturalmente relevante, investindo em artistas que redefiniriam os conceitos tradicionais de arte.

 

Oprah Winfrey

A magnata da mídia possui uma coleção que celebra tanto mestres europeus quanto artistas afro-americanos contemporâneos. Inclui Gustav Klimt (simbolista austríaco), Richard Edward Miller, Hovsep Pushman, Kerry James Marshall (pintor afro-americano contemporâneo) e Thomas Hart Benton (regionalista americano).

Em 2006, Oprah Winfrey adquiriu a obra Retrato de Adele Bloch-Bauer II, de Gustav Klimt, por US$ 87,9 milhões em um leilão da Christie’s, em Nova York. Dez anos depois, em 2016, ela vendeu a pintura por US$ 150 milhões a um comprador chinês não identificado, obtendo um lucro de aproximadamente US$ 62 milhões  uma valorização de cerca de 71% no período, demonstrando como suas escolhas artísticas também funcionam como investimentos estratégicos de longo prazo.

Oprah demonstra compromisso com a diversidade cultural, investindo em narrativas que frequentemente foram marginalizadas no mundo da arte tradicional.

Elton John

O lendário músico possui uma das maiores coleções privadas de fotografia do mundo, além de arte pop significativa. Sua coleção inclui Keith Haring, Phillip Taaffe, Andy Warhol, Damien Hirst, Man Ray (fotógrafo surrealista), Richard Avedon e Irving Penn (fotógrafos de moda lendários).

A coleção de Elton John reflete sua personalidade extravagante e seu entendimento da cultura pop, combinando arte visual com a estética que definiu décadas de música e moda.

Madonna

A Rainha do Pop coleciona arte que desafia convenções sociais, incluindo Frida Kahlo (pintora mexicana e ícone feminista), Pablo Picasso, Damien Hirst, Keith Haring, Fernand Léger (cubista francês) e Marilyn Minter (artista feminista contemporânea).

Sua coleção espelha sua carreira: provocativa, feminista e constantemente questionando normas estabelecidas.

Brad Pitt

O ator hollywoodiano demonstra preferência por arte conceitual e minimalista contemporânea, com obras de Banksy, Richard Serra (escultor minimalista), Marcel Dzama (artista contemporâneo), Neo Rauch (pintor alemão), Thomas Houseago e Charles Ray (escultores contemporâneos).

Pitt revela um gosto sofisticado por arte que prioriza conceito sobre decoração, investindo em artistas que desafiam percepções espaciais e conceituais.

Valentino Garavani

renomado estilista italiano, construiu ao longo das décadas uma das mais impressionantes coleções de arte do universo da moda. Com obras de mestres como Picasso, Matisse, De Chirico e Cocteau, além de esculturas clássicas e contemporâneas, suas residências funcionam como verdadeiros museus particulares. A curadoria refinada de Valentino reflete sua convivência com a elite cultural europeia e seu olhar apurado, unindo com maestria alta costura, arte e design em ambientes que são verdadeiras obras de arte.

Foto: Instagram

A Arte como Ferramenta de Legado e Identidade

Para além da estética e do status, muitos indivíduos influentes enxergam a arte como uma forma de construir legado e poder simbólico. Investir em obras de arte se torna uma maneira sofisticada de preservar valor em ativos que transcendem gerações — especialmente em períodos de instabilidade econômica, quando o mercado de arte se mantém resiliente e, frequentemente, em constante valorização.

Além disso, colecionar arte é uma forma de afirmar uma identidade cultural. Cada escolha artística carrega narrativas políticas, históricas e pessoais. Quando uma celebridade adquire uma obra de um artista emergente ou de uma minoria historicamente invisibilizada, ela também está promovendo causas e transformando o próprio sistema artístico.

Ademais, o investimento em arte se configura como um estímulo à criatividade. Conviver com obras de arte enriquece o repertório visual, emocional e intelectual, gerando inspirações que se refletem em suas criações seja na música, no cinema, na moda ou no design. Para muitos desses artistas, a arte que adquirem também influencia a arte que produzem.

Por fim, o investimento em arte representa um gesto de permanência. Em um mundo acelerado e digital, construir uma coleção significativa expressa o desejo de deixar algo concreto e duradouro, com valor cultural. Não se trata apenas de possuir uma obra, mas de fazer parte da história que ela carrega — e da narrativa que ainda está por vir.