Foto: Capa Oficial: Caça à Raposa (1975) – João Bosco

Andy WarholThe Velvet Underground & Nico (1967)

A icônica capa da banana amarela foi criada por Andy Warhol para o álbum de estreia da banda The Velvet Underground & Nico. A imagem apresentava uma banana com a instrução “Peel slowly and see” (“Descasque lentamente e veja”), permitindo que o ouvinte interagisse com a arte ao remover a casca adesiva e revelar uma banana de cor carne por baixo. Essa inovação não apenas desafiou os padrões da época, mas também estabeleceu um novo paradigma para a relação entre arte e música.

Foto: Capa Oficial/ The Velvet Underground & Nico (1967)

Glauco Rodrigues – Caça à Raposa (1975) – João Bosco

O álbum Caça à Raposa, lançado em 1975 por João Bosco, teve sua capa assinada pelo artista plástico brasileiro Glauco Rodrigues. Reconhecido por sua crítica visual à identidade nacional, Rodrigues compôs uma imagem vibrante e simbólica que dialoga diretamente com o lirismo afiado e a carga política presente nas canções escritas em parceria com Aldir Blanc. Com referências ao folclore e à cultura popular brasileira, a arte transcende a ilustração do álbum e se afirma como comentário visual do seu tempo — uma marca da produção de Glauco, que constantemente tensionava os limites entre arte e discurso social. A capa é mais do que um ornamento: é extensão narrativa da música.

Foto: Capa Oficial/ Glauco Rodrigues – Caça à Raposa (1975) – João Bosco

Glauco Rodrigues Poetas de Calçada (1991) – Neguinho da Beija-Flor

Lançado em 1991, o álbum Poetas de Calçada, de Neguinho da Beija-Flor, teve sua capa assinada por Glauco Rodrigues, importante nome das artes visuais brasileiras. Conhecido por retratar temas ligados à identidade nacional com humor e crítica, Glauco criou uma imagem vibrante que dialoga com a força lírica e cultural do samba. A colaboração entre músico e artista resultou em uma capa expressiva, que sintetiza o espírito popular e artístico da obra, ampliando seu impacto visual e simbólico.

Foto: Capa Oficial/ Poetas de Calçada (1991) – Neguinho da Beija-Flor

Beatriz Milhazes Universo ao Meu Redor (2006) – Marisa Monte

Para o álbum Universo ao Meu Redor, lançado em 2006, Marisa Monte convidou a renomada artista plástica brasileira Beatriz Milhazes para criar a colagem que estampa a capa e a contracapa do disco. Conhecida por suas composições vibrantes que mesclam elementos da cultura popular brasileira com referências do modernismo europeu, Milhazes trouxe para o projeto uma estética rica em cores, formas geométricas e padrões ornamentais. A arte visual dialoga com o conteúdo musical do álbum, que é um tributo ao samba e suas diversas vertentes, refletindo a interseção entre tradição e contemporaneidade.

Foto: Capa Oficial/ Universo ao Meu Redor (2006) – Marisa Monte

Jean-Michel Basquiat Beat Bop (1983)

O artista neoexpressionista Jean-Michel Basquiat criou a capa do single Beat Bop, lançado em 1983 por Rammellzee e K-Rob — uma raridade do hip-hop experimental. Produzida e financiada pelo próprio artista, a obra traz traços impulsivos, palavras soltas e símbolos enigmáticos, refletindo o caos urbano e o espírito vanguardista da cena nova-iorquina. A capa funciona como extensão visual da música: crua, disruptiva e marcada pela fusão entre arte de rua e linguagem contemporânea — elementos centrais no trabalho de Basquiat.

Foto: Capa Oficial/ Beat Bop, Rammellzee e K-Rob

Keith Haring A Very Special Christmas (1987)

Conhecido por suas figuras pulsantes e linhas energéticas, Keith Haring assinou a capa do álbum beneficente A Very Special Christmas, lançado em 1987. A imagem de uma figura segurando um bebê sintetiza, com simplicidade e força simbólica, a mensagem de solidariedade do projeto, unindo arte, cultura pop e filantropia em uma imagem que se tornou ícone visual do período natalino.

Foto: Capa Oficial/ A Very Special Christmas (1987)

Jeff KoonsARTPOP (2013) – Lady Gaga

A capa do álbum ARTPOP, de Lady Gaga, foi concebida pelo artista contemporâneo Jeff Koons, conhecido por suas obras grandiosas que misturam cultura de massa e estética clássica. A imagem apresenta uma escultura da cantora nua, em pose estática, com uma esfera azul metálica cobrindo parte do corpo — elemento que evoca tanto o kitsch quanto o sublime. A composição dialoga com referências renascentistas e ao mesmo tempo celebra o excesso e a iconografia pop, refletindo a proposta do álbum: uma fusão provocativa entre arte contemporânea e cultura pop global.

Foto: Capa Oficial/ ARTPOP (2013) – Lady Gaga

A colaboração entre artistas plásticos e músicos produziu capas de discos que ultrapassam a função de mero invólucro visual para se tornarem símbolos culturais potentes. Essas obras sintetizam estéticas, narrativas e identidades, transformando o objeto musical em um artefato completo — onde som e imagem dialogam de forma sensível e simbiótica. Ao unir diferentes linguagens artísticas, essas parcerias não apenas enriquecem a experiência do público, mas também inscrevem a música em uma dimensão visual duradoura, que marca época, influencia gerações e contribui para a construção de um imaginário coletivo. São imagens que não apenas ilustram álbuns, mas que se tornam inseparáveis deles — memórias visuais de uma trilha sonora que ecoa além dos ouvidos.

Foto: Capa Oficial/ Portas (2021) – Marisa Monte