Saiba mais sobre a operação de investimento em obras de arte.
Foto: crédito/ Art Basel
A digitalização definitiva
A adaptação ao ambiente digital, antes vista como estratégia complementar, tornou-se prioridade central para as galerias.
Segundo o estudo, 43% das galerias pretendem aumentar suas vendas online em 2025, e 55% planejam investir ainda mais em conteúdo digital — como exposições virtuais, vídeos e campanhas em redes sociais — ultrapassando a criação de eventos físicos, que caiu para 45% das prioridades.
Essa mudança acompanha o comportamento dos colecionadores:
_59% compraram arte online em 2024, e 73% disseram que compraram tanto quanto ou mais do que no ano anterior.
A compra de arte, assim, se consolida no ambiente virtual, derrubando as últimas resistências.

Foto: crédito/ Art Basel
Nesse cenário, plataformas como a Artsy desempenham papel fundamental. Com mais de 1 milhão de usuários mensais e mais de 1 milhão de obras listadas de artistas do mundo todo, a Artsy se consolidou como um dos principais pontos de encontro entre colecionadores e galerias no ambiente digital.
A Artk agora disponibiliza algumas de suas obras à venda na plataforma, visando atingir o público internacional e ampliar sua presença digital.

Foto: Artsy
Seletividade e cautela
O cenário econômico global também deixou marcas claras no mercado de arte:
_30% dos colecionadores se tornaram mais seletivos em suas aquisições.
A hesitação em relação a preços foi expressiva:
_78% dos colecionadores afirmaram que desistiram de comprar por acharem o valor muito elevado;
_52% consideraram muitas obras supervalorizadas.
As galerias, por sua vez, reconhecem essa tensão:
_75% citaram a incerteza econômica como principal obstáculo para o crescimento em 2025.
O mercado exige, mais do que nunca, uma abordagem sensível ao momento financeiro dos compradores.

Celine Condorelli, installation view at Art Brussels 2025. © Michael Adair. Courtesy of Art Brussels.
Transparência como diferencial competitivo
A falta de transparência continua sendo um gargalo importante para o mercado.
_69% dos colecionadores desistiram de comprar porque não encontraram informações claras sobre preços ou procedência das obras.
_Apenas 5% acreditam que o mercado é totalmente transparente — um número alarmante.
_Embora 62% das galerias reconheçam a importância da transparência, apenas 44% disponibilizam preços online para todas as obras que oferecem.
Essa desconexão abre espaço para novas oportunidades: quem apostar em uma comunicação aberta e acessível poderá se diferenciar em meio a um mercado ainda opaco.

Créditos: Arte Basel Courtesy
O protagonismo dos artistas emergentes
O relatório mostra que o futuro do mercado de arte passa pelos novos nomes:
_72% dos colecionadores manifestaram interesse em adquirir obras de artistas emergentes;
_51% das galerias também priorizam esses artistas em seus programas.
Essa tendência também reflete uma busca por obras com valores mais acessíveis: 61% dos colecionadores preferem faixas de preço abaixo de US$ 5.000, e 38% consideram investimentos entre US$ 5.000 e US$ 9.999.

Foto/ Crédito: Uýra Sodoma- Acervo ARTK
A desconexão entre oferta e expectativa
Apesar da crescente digitalização e do interesse por novos artistas, ainda há uma lacuna perceptível: apenas 17% dos colecionadores acreditam que o mercado de arte atual atende completamente às suas necessidades.
Enquanto 46% dos colecionadores demonstram interesse em conteúdos educativos — como informações sobre história da arte e técnicas —, apenas 15% das galerias acreditam que esse tipo de conteúdo é relevante para seu público.
Por outro lado, existe consenso em iniciativas como o acesso antecipado a novas obras e aos bastidores da criação artística, valorizados tanto por compradores quanto por galeristas.

Foto: crédito/ Courtesy of Art Basel
O Art Market Trends 2025 deixa claro: o sucesso no mercado de arte do futuro será ditado por quem souber conciliar tecnologia e transparência, dar voz aos artistas emergentes e criar experiências que transcendam a simples venda.
Galerias que investirem na construção de confiança, na clareza das informações e em uma presença digital sólida não apenas sobreviverão, mas prosperarão em um cenário de consumidores cada vez mais exigentes e seletivos.