Foto: Art Basel

Esse tipo de crédito tem se expandido, especialmente entre aqueles que não encontram soluções adequadas em instituições financeiras tradicionais. Colecionadores privados, galerias e negociantes buscam nessa modalidade uma forma de obter liquidez, seja para reinvestir em novas oportunidades, adquirir mais obras ou reorganizar suas finanças sem precisar vender itens importantes de seu acervo.

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Essa tendência acompanha a valorização contínua das obras de arte no mercado. À medida que esses ativos representam uma parcela maior do patrimônio dos colecionadores, cresce o interesse em utilizá-los como garantia para empréstimos. Em vez de vender uma obra — o que pode envolver altos custos de transação e perda patrimonial — muitos preferem buscar crédito e reinvestir o montante em opções com maior potencial de retorno.

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Além disso, o crédito com garantia em arte mostra-se útil em diferentes momentos do ciclo econômico. Durante períodos de instabilidade, os colecionadores buscam preservar suas obras e, ao mesmo tempo, garantir liquidez. Já em momentos de expansão, preferem financiar aquisições sem vender ativos valorizados, evitando também a incidência de impostos sobre ganho de capital.

Os Estados Unidos são líderes nesse segmento, impulsionados por um ambiente jurídico favorável e por um mercado consolidado. Ainda assim, há uma tendência global de crescimento, com destaque para países como a China, que vêm ampliando sua presença nesse tipo de operação.

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Quando se trata da concessão de crédito com obras como garantia, a segurança da operação está diretamente ligada à qualidade da peça. Obras de artistas consagrados e com alta liquidez no mercado são as mais valorizadas nesse tipo de negociação. É comum que obras de arte moderna e contemporânea, bem como de grandes mestres, sejam aceitas como colaterais, desde que acompanhadas de uma procedência sólida.

A procedência, aliás, é um dos elementos mais críticos no processo. Ela garante a legitimidade e a origem da obra, além de proteger contra eventuais disputas legais. Lacunas no histórico de propriedade podem comprometer toda a operação, especialmente quando há riscos de reivindicações jurídicas, como em casos de peças saqueadas em períodos de guerra.

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Por fim, a avaliação precisa da obra é essencial. Esse processo determina o valor de mercado comercializável da peça — ou seja, o quanto se espera obter em uma venda, considerando comissões, impostos e demais encargos. A partir dessa análise, é possível estabelecer um valor de empréstimo proporcional, garantindo segurança tanto para o credor quanto para o proprietário da obra.

Em um mercado cada vez mais profissionalizado, o crédito com garantia em obras de arte surge como uma alternativa estratégica para quem busca transformar valor cultural em capital econômico, sem comprometer o valor simbólico e afetivo de suas coleções.